Dentre o sonho e a magnitude

I. O Louco Mar

O louco mar, quase ás abóbadas incitar-lhe com canduras e alfaias propínquas, submergiu ás rajas, o mármore dum cróceo estuque.
A candura, e o nanzuque, á tão próximo perturbar-lhe com veemência, neste verdor em enaltecer, esvaiu-se com a eruptiva rocha aos pés dum arquétipo;

O louco mar, quais os despojos ás dantes searas, sua volátil onda, em formosura nada guiou de tua vara,
Esta fez aos despojos as estruturas duma ouruda terra em almejos e calambuques.
O chalrar, os ritornelos dum sátrapa, fez aos cigalhos um lavradio em sobcapa,
E um caudilho que de cimitarras e cutelos inumou os braços do oceano, extorquindo-se assim com demasias de sobejo, e um âmbito a naufragar;

O louco mar, quando infestos frutos, a germinar de sua terra, com tal foram regadas, cortou em opacos os preceitos dum velhaco ao tijuco,
Com râncio, o bafiento, o galgaz feneceu o agreste dum jovem lacaio e o esguio casaco (...)
E este espreitou em teus braços, as crenças dum céu caloroso, dividindo os eixos da terra, em chamas e em naco;

II. Os calvos cabelos da morte


 Med hensyn til det gamle remskiver og skiver, og strappado klem i mine sår
Ved siden af mit håndled udvidet i kløfter, åer og fordrejet i en begravelse sang, får jeg forvirret
Til søs, får jeg forvirret,
På land, bliver jeg forvirret
I luften, bliver jeg forvirret
I alt for mange af udsmykkede frontispice, rumlen i dans stribe af vogter død, i dit segl får jeg forvirret
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1. Quase aos leitos dum vespertino temerário, de estradas jerárquicas, de teu volátil glossário.
Em diversos perfumes de bestas implumes,
Quando os reinos próximos ao teu, nas rochas, nas ametistas, nas bramas do azedume,
Que te sucumbiram à dúbia face de sanha e ódio, na luz do sol, sobre as pontes ao bródio, as orças da rebelião choraram por frontes em todo seu melódio, costurando lágrimas maternais em seu diáfano custódio,
E as úmidas entranhas da morte encetaram, manifestando-se em andaços, enquanto as úmidas espadas do ceifeiro espalhavam na terra, os agraços.
Quem aos terçados de sabre, e á cavalaria retaliando em pudícia, com tua brava lágrima, emergiria a fragrância em pericia?
E quem sobre uma pena de gaivota, que nada inundou a não serem os tropéis de bifrontes veredas de barganha,
(As falas adverbiais de Yeats),e hastearia suas estrelas no sopé, nas palmas, nas faldas da distante montanha? (...)

2. Quase aos traços de oratórias, a navegar-te em mares rumorejantes em Londres,
Como um fruto ao dorso de longínquas e douradas frondes,
De moribundos lábios, a oscular-te com enegrecidas estrelas em ardor (...)
A helmintíase
Expandindo-se vagarosamente nas entranhas de teu amor,
E a lua que soçobrasse sobre as translúcidas montanhas a quem tu mais louvaste (...)
Quem ás foices do verdejante mar, lhe puxaste?
As sombras inventariadas perderiam o único amor que tiveste á lhe dar?
E quem ao pó de olhos entreabertos retorceria as nuvens do céu em correntes á me esmagar?
Perdurassem os cabelos com sabedoria numa forca de terras á ermo, sem ninguém a ti importando-se, num olhar em trispermo? (...)

3. Quase aos reinos bailarinos, de labirintos ensangüentados até os confins,
Sobre lanças numa inaudita esfera ao lado de ruas de marfim,
Um paradigma, um labéu, um estigma sombrio sem gotas de lágrimas a derramar, e ostagas numa cávea feita de inodoras flores, com falsos odores a andejar,
Aos esguios e aos becos, onde os ratos roem os ossos de homens sábios, e apodrecem numa baía de fogo,
E quem nisto lhe diria com formosura, que te amas em seu rogo? Os hartos de minha vida, que gentilmente me retaliassem as forças... A mutilar levemente os leopardos em breves norças
E sobre ocultas e velhustras circunstancias incendiando os eixos do universo?
E serpentes vagariam na terra, como a aba do chapéu dum sabido senhor
E seria agradável, certamente, cobrir-te as lágrimas com as minhas em reverso
Encolhendo-se mortalmente nos ossos em rubor (...)

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4. Seguiste então, quase aos jogralescos braços sob perturbados crisóis de sol, nuns extintos novelos
Que ao fluir, emaranham errôneas e pálidas fumaças, e flexionam-te com infiéis e propositais joelhos
E com uma magistral plaustra estirada ás tuas espáduas, o hino ao fauno banhando em doze tábuas (em maio, fenecido ligustro)
(E tu dizes: Estou frustra em deslustro!)
E distantes e sátiros aplustros que ciciam nas aquáticas pedras coloridas, com o úmido malho bradando
Enquanto os esgúvios peixes escapam das marítimas redes, bailando
(E tu dizes: Não deterei a beber esta ‘água)
Nem regar-te-ia na temida e fidalga frágua!

5. E dilúvios vieram, então contornando sob o escuriço das nuvens de teu reino
A ninfa, a medusa, a serpente a serpentear, enquanto uma distante criança cantava em seu leino
   (O Vesúvio não salvará a Terra)
E coadjuvadas rosas da estação abismal, que elevaram-te as articulações e a cencerra
E sacudiram os pardais suas asas nupciais sob as mãos congratuladas de neve
E auspícios tomaram-se por contentes... (Naquela rua onde o tolo é o almocreve)
E morria o sol naquela chuvosa e nebulosa manhã, espreguiçando suas prateadas espáduas com um sonho e o afã (...)

6. A nequice, a mesmice, o flux, a miséria, as cinzas, a canção
Que na flauta haure, entre os bestiais templos da redenção
Que no reverso de verdejantes pálpebras á te olharem dum distante lugar, o epítome, a súmula da vida e das borboletas a ruflar
E certamente cegar-me-ia as chamas exauridas das trigueiras fontes em lacuna, mantenha longe o pegureiro nas luzes ofuscantes da pavuna, e os ventos que se fantasiam com a canção dos rouxinóis, sangrando levemente entre linhas e anzóis (...) E com os teus enrugados pés a dançar em túmulos de estradas distorcidas (Que dirá a pitonisa?) que meus olhos soçobrarão em escarlates de asas endurecidas (?)
(Não te elevaria qualquer odor, a púrpura flor) (Chamas fundindo-se numa sinfonia encoberta de galardão, das chamas que o vêem, sem qualquer pretensão)
E os abismos sangrariam na arenosa escuridão, onde o poeta cessa língua á humilde canção (...)

7. E cortar-se-iam as serpentes sobre a terra num libelo, e as tenras fontes chamar-me-iam pelo nome,
E enrodilharia a neve dos olhos teóricos, e cantariam os novilhos dantes a fome;

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8. Em maio, brotam as flores (...)
Eis-me as trevas, onde os sábios ajoelham-se aos gestores
Ao outono, com languidez estes choram em centúria (...) empurrariam eles suas xícaras de café, e seus pratos de torrada, e diriam: Minha boca ainda exerce á penúria! (?)
E diria a criança da outra ala da rua (o flanco)
 ‘’Ouvi enfadonhos argumentos como num doce âmbar’’
E bradaria as nuvens do deserto (o leivanco)
 ‘’ Nada dispersa o som duma lamúria, se não o silêncio a clamar ‘’
Morreria o sol ombreando-se pelas ruas, na fenestra ardente,
E morreria a lua garfando no bosque, no enredo, a centelha
Chorando aos cantos no negro silêncio da úmida corrente
E morreria as estrelas bradando na fonte o estribilho da pentecostal e longa quelha(...)


9. Ao debruçar da nascente no céu, o asno, os flocos primordiais de neve desciam estação abaixo
Enquanto me despedia de alguns colegas de rua,
Vivi minha vida em terra pobre, nos vales agarrados pela lama turva e o manaixo
E pelas poças frias da névoa á adua
Portanto arregalava-me os olhos enquanto os trilhos do trem faiscavam;

10. E as cores passavam pela janela do trem, enquanto distanciava-me do som dos rouxinóis, do rastilho e do almarjen
Quando finalmente pus meus pés em firme solo, secando o pranto
Olhava eu a multidão, como um copeiro olha seu rei
Ou como um clérigo olha um Santo
Era a primeira vez que deixava o ádito de minha casa, e na fornalha da cidade, a ardente brasa
Enquanto os oleiros moldavam seus vasos na enigmática e intuitiva roda
E as chuvas dos rouxinóis gatafunhavam suas páginas e salmos em boda, com o som dos tonitruantes tramites restrugindo pela noda
E os pintores costuravam os pingos de tinta e o pó dos berilos e dos quartzos desolados em fusão
Deslizado do cimo dos outeiros, em minúsculos frascos de poção;

                                 (...)
  
11. Bem, e certa manhã enquanto os homens saciavam-se em suas canecas
E abriam seus pães
E os pregadores e profetas elevavam suas línguas
Sobre a neve de suas orações
E as floreiras cobriam suas terras com as estirpes dos legumes e das suas frutas pela luz do céu com a gelha em chinfrim
Tomei-me ás pressas com a frescura das algas, ardendo sabiamente sobre a aselha e o fim
(Não deveriam cair teus cabelos?) (Não deveria estes arder em degelos?)
Pois o vento apaga o que aquece o rio... (Como uma criança que queima seus brinquedos para se aquecer, quando sua infância a faz ter frio)
Juro foi isso que me disseram (...) Olhei inesperadamente as estrelas ao céu, lembro-me de apenas três o que eram (...)

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12. Recolha seus domínios homem!                                             CLÊMENCIA!
Não arda o frescor nas palmas do sussurrante vento!            CLÊMENCIA!
Se não lhe tirarei o conforto neste úmido refúgio!                   CLÊMENCIA!

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13. O tigre, as cinco repousa, no desenxabimento do sol poente, êxul que na vidraça se estende
A crócea fumaça ardendo na perturbação de violáceas sombras de meus sonhos latentes
E num punhado de pó, veria eu meus ossos em sementes (...)
O espartilho, rugindo nos caixilhos da marmórea janela, com o alvor do sol reluzindo ardentemente sobre a flanela, e no cabelo de anjos e dos distantes querubins,
E a areia deveria retumbar com o silêncio e o poder dos pasquins
Ungia a benção das areias, no patíbulo e na guilhotina de gelo, sobre andaimes em ouro e osso ornados, e rapinas emergindo sombras nos grãos de areia com moribundos demônios sonegados (...)

14. Numa candeia, lamparina, velo, fogo, geléia, café, sorvete, a porta entanto (...)
A espuma sobre o mar, enegrecendo as ondas beijadas por encanto,
Num sono profundo com o estribilho dos golfinhos que resvalam canções sabiamente sobre os espôndilos do abismo
E cadeiras ferrais, onde a madeira torce o ceticismo(...)

15. E clamaram as ondas por encanto, nas salas de marfim, como uma revoada de pombos, ondulando notas bailarinas em ossos dantes os ensombros (...)
Ares a lampar gotas de café sobre xícaras vibrantes, esfaimando as bocas de fome
Recortando-se em penumbras e sombras sussurrantes (...)
E tomar-me-ia por contente por este nome, derramando puras lágrimas numa botija ou num vidrecome (...)         

16. O sitibundo leão, as seis se sacia, na estíptica colina da cuja qual a herança, que se liquefaz tardiamente na tardança,
O amarrilho, impelindo suas forças através do verde sarilho, na acinzentada lava dos cânticos dolentes em estilho
E num vicejante pensamento, acorrentando frações causais á minha mente, e veria eu meus olhos num refolho contíguo e rente (...)
O umbral, o cordão, em úmidas estrelas umbráticas a rebrilhar em distantes abrolhos, um nó corredio nos vazios dum escolho (...)
O amor esparzindo cada vez que meu coração bate (...)
Em extático, ilusório e dogmático, meu dogma difundindo-se num trêmulo engaste (...)
Numa burla paradoxal, rusgando entre as colunas de minha mente, e a vida perde o sustento nas pálidas crinas da nascente(...)

17. Rusga, silêncio, fôrma, vasilha, polpa, fisga, haste, mundo (...)
A felpa do pombo, enrodilhando-se vagarosamente entre as correntes do mar profundo
O azul, o verde, o amarelo, o branco, o negro extinguindo-se nas palmas do homem de terno
E mesas castanhas, repuxando as vértebras da usura em externo (...)

18. Em facúndia, o chiste, a pilhéria, a facécia, denteando as falas comunistas (Deveria este falar?)
Chanfrando em papéis, as ilhargas duma socialista, os cavalos batendo suas patas sobre o mar,
Lógica doutro cérebro, cômputos, algarismos, a lanugem do rebanho,
Líquen, rúmen, uva, pão, vinho, sfen, e folhas num estanho (...)
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19. Em sussurros labiais (...) Cunhais de perto vistos, as cinzas voltadas aos moscardos sobre o latejar de martelos escarlates do hemisfério boreal, e navegando nas escórias permutadas pelo anêmico ânimo mental (...)

20. Em jacintos alastrados (...) Penas honorificadas por reis de brilhosos corônides dum lírio internamente e estranha, irreal
Abóbadas, zimbórios dum reino morte pelas mãos dum homem magnânimo no curral (...)

21. Aboando portas prateadas, nos lagos congelados, (arquitrave) (imortal) onde os patos outrora rejubilavam em rios ornados, (sonave) (irreal) no úmido silêncio a escalar as gigantescas montanhas lado a lado, um homem parado na rua onde o medrar trovava enredado,
Agônicas estirpes num leito batismal, sangrando em gotas de orvalho (...) celtuce, clavário, cecém, clave, rebotalho (...) lágrimas que não morrem no morrer dum esgalho, noite e dia, e corpos sem agasalho (...)

22. Em abnegação piramidal (...) casuarinas exumadas, azáfama, faina, cantante sina a opor-me com langor os olhos pungentes que me assistem toda noite, e afogando nas estórias permeadas pela voz do distante segrel (...)
23. Em aedos e menestrins (...) Vocábulos anedóticos que discernem um fato indiscernível, arraigando interna e externamente raízes fantasmagóricas em minha mente,
Exatidão, gratidão, (uma raiz no Cinturão de Órion) (...)


24. Desígnias cornijas onduladas, as sevandijas em capelos assoprados, (supedâneo) (pedestal) aonde os frangalhos outrora jaziam nevados, (nevão) (Landau), na escassez a velejar os bravalhos desolados, o rol, o corbol, sustentados regelados,
Atônicas bravuras a uma batisfera amarrada a um rosal, num bocado de pó, um cipó, uma gauda, um berço folheado (...)  Santarém, corolário, ambíguo, anfidoxo abalizado (...) sangues que escorrem num jazer desolado (...) ventos brutais retaliando o retaliado (...)



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25. Meus cabelos em desmazelo, a confundir o universo num ritornelo silencioso,
(E enfraqueceria meus pés no envelhecer vagaroso)
E sopravam lá dos confins dos mares, os madrigais, os galanteios, os cigalhos, sobre o grelo das estações,
E sopravam e sopravam e sopravam nos reinos das redenções (...)

26. Os pianos tocando sós, para os escombros dos pardieiros marrons á ermo, madeiras ruinosas com o clamor do vento ás vestes do enfermo,  
Um pórtico aguaceiro balharico vindo do norte de bélicos quadros
E sopravam e sopravam e sopravam nos reinos de inúmeros adros (...)

27. A cravina, a onda, a leve folha, em cáusticos pensamentos abraçando razões inconscientes, mutilando toda e qualquer sanidade absorvida na esfera de meu crânio
As ruas impudicas germinando as flores de vigas inadimplentes, meu epitáfio nada explicando
E sopravam e sopravam e sopravam nos reinos de titânio (...)

28. O mugido canta nos louvores enrugados, e lábios entalhados no silêncio massacrante!
E mussitaste á neve, a paróquia dos Deuses do aço em campânulas, sem levante,
Vi-os chorando, á distorção da videira (...)
E sopravam e sopravam e sopravam no reino da negreira (...)

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29. Ensejos que se formam e retorcem nos globos ocos do mar opaco,
Que fantasmas destruídos beijam calorosamente, a Quimera nas margens da égide naco? , arqueando ondas de aço desde o embrião do tempo, e leva-te, leva-te, leva-te de teu reino em retempo.

30. Omissões que norteam nas camadas da terra e do oceano,
Onde fabulas e poemas são contados, transladando para a vida do ufano
As veredas da unidade, em partilha a sanidade, herdando o ódio em comunhão, e leva-te, leva-te, leva-te de teu reino em união.

31. Desídias e áureas caveiras, que massacram a respiração de cavalos austrais nas linhas de frente, Estoutros exorbitando a submissão, o caveda, a harpa, o armazém, nos lábios do poente,
Raios anormais se multiplicando nos átomos e entranhando pássaros flamejantes nas honrosas veredas, e leva-te, leva-te, leva-te de teu reino em labaredas.


32. Ruas em debalde, onde o envelhecer, impugna em módicas infantarias, o tremebundo moinho de vento, o chamado exíguo como o sono,
Se apoderando das lágrimas magistrais de teu reino e teu colono,
Quase as rédeas de exorbitantes e imódicas notas da sinfonia melancólica, (caule, som, coronha) longicaule, tricocaule, a morte pubescente da cegonha  ,
Eretorcendo os pensamentos do raporte. (O meimendro, o velenho, o curió, a varlopa  (A sombra, o alvéolo, a cachopa) a maternidade, o intento, o começo, o fim (...) Arranhando mãos pentecostais, com gélidas unhas de gelo, no delfim
Exorbitando a vida por trás do sorriso (Como o friso indiviso dum som conciso) 
(...) E então me despeço enquanto cruzo aos confins os regatos(...)

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33. (Pensamentos de um louco no paraíso, cujos cabelos arderam na podridão dos ratos) (...)




III. A urze do Quimbembe

Em balaústres vicindários, da gleba, a mandevilla, ao rol escrita,
Um mar ao céu, um fuscalvo á porta, tu te lembras mãe querida?
Naqueloutra fenestra de quarto, aos nossos olhos tardando com buzos macróbios, as emendas, as águas, como arculhos chicoteando o som dos peixes
A violeta ao vento, o zunido ao êixido, nos olhando com tarugos opróbios, o sol, a chuva, acorrentando as faíscas dos teus teixes (...)

(O mundo num terreiro) (O silêncio num lençol) as flores, os frutos, as raízes, o farol (...)
O júbilo do mar, o chão douradilho, a onda agreste, cruzando as chamas, os ossos, as estrelas celestes
As cravinas, as rosas, o jardineiro planteia á sós
As praças, os pombos, a costureira cutucando os ilhós (...)

E eis que os verdejantes anjos atravessam a tua porta, com seus cabelos louros e anelados
Anéis de diamante, desdobrando empós os alarves das andorinhas
Então surgem lágrimas ondeantes de teu leito, como sombras tocando diamantes constelados
Doidivanas, empecilhos, com mambembes alto trovando anexo das camarinhas (...)

Lanugos, pratas, ventoinhas, o século esdrúxulo do casulo
Verdugos, cascatas, rainhas, o omoplata do dito chulo (...)

IX. Antúrio (alônimo)

Fôreis ó homens, em pés engelhados, nos lábios ensossos do báratro, enquanto um poeta lia para os velhos nos lilutombos,
Um gaiato toca gaita para o tigre á celeuma, donde vondo as labaredas encarnadas com sarilhos de meada, choram;
Jamais o pardal, sobrevoou sobre as ínsuas ruas de libelo, nem jamais defrontou á perto as perpétuas centelhas de cátodo em perdura, nem pousou tais asas na fenestra do episcopal escrivão, nos punhais de cimitarra vestidos de musgos pinheirais em rasgadas carumas até os barrotes.
Tua graça, a graça dos ulmeiros, pendura em frechais os sonhos aguilhoados nos lucivéis,
E o mundéu nos desdouros em queda, roe as cordoalhas senis em evônimo nas gonilhas filodoxas de Williams no terceiro andar, o café aos poucos esquenta, enquanto trabalho tampouco junto a luz da aurora;
O montanhês incréu com sua fala altamente parca, no barlavento e no sotavento saboreando as ondas salgadas do mar violáceo, este que não convidou-lhe ao seu jantar em Kewtmond Hotel, segura às ortodoxas fateixas outrora por afiar em Flandres, nas garateias sobre a âncora de Khronos nos confins da terra, Elizabeth e Carol, banham os seus cabelos, na espuma sinuosa do mar, enquanto pouco antes o sol naufraga no céu luminoso (...)
As libélulas, sobre a embira em abril repuxam suas sombras no soalho, um viscoso paquete sobre o mar, onde o universo estende-se em gerotoxos aos joelhos combatidos de moscardos, de redes emaranhadas sobre o muro, e atrevidas até as vajas, para os homens que de pé trovam para os demais (...)
Eis o louco de gêlhas sobre os pés, o tigre se aproxima, a debruçar val pairar nas lâminas hiemais, que ao levantarem-se, engendram floxas chamas de ternura, sobre os que deles, perto estiverem.

Ó este é o tolo, que ao cair do vernal dia ás elevadas pradarias de baldeação, come quotidianamente o pão de seu filho, cujas vestes estão torpes e nauseabundas (...)
Resplandeceram os zodíacos anelados em corais sorumbáticos, entre os quais a corritana e a surdina sobre olhos cogitabundos no alvoredo, detrás ao gasômetro, onde um homem á sós pescava, sobre as margens do rio Elrer, e estes se romperam como gotas de granizo num chão de pedra, a lava exumava no exarado tabique marmóreo de raras jóias e questões adredes, agora este já se foi (...)
Ó e são estas as ruas de Suyney? Donde jaza o beócio no exíguo catre de outrora, o perfume em pó entranhando as veias do ar, a cujas luzes eclodem langorosas, a chama que aquece a chama duma alma fria, a hortulana, hipocondríacos olhos frágeis, ou diria eu (ignoscentes), fixam no bico pálido dos pardais e cardeais, mordendo úmidas folhas de marfim, a alfândega em ventres e correntes de gravuras, as sandápilas de distorcidas paragens sangrando a frio, em minha mente? (...)
Um paragão a sucumbir no peitoril castanho da janela, Eliot o homem de toga rasgada não soube, um chamado um tanto demódico que ecoe dos lábios deste universo, não? Estes deslizando regelados os prantos em flébis tráfegos de anixos empoeirados, em outras palavras, (solitário), o acerbo gosto da solidão, ardendo fortemente agora em sua língua;
(Uma lajeada ao outro lado), “a escarpa, o calhau que roe os ossos dum homem pobre, perdura sua centelha em prostíbulos diáfanos na sua própria morte”,
                    (noz, pão, melancia, frango, água, vinho)

“O baldaquim, quando romper-se, a arcádia nas secas areias da praia, denteará os candelabros e os barrancos, do leito rio das ninfas, pois a borboleta que outrora larva foi agora já se foi” (...)
Ó este teus olhos donzéis, como poderia minha pessoa, olvidar tais olhos?
Olhos que se enchem de ardorosas flamas áureas, no lume, na castelã, o archote exumando os labéis do prócer, em rodopiantes anéis de fogo e gelo, gaitas de aço, chamando um pássaro dum laroz, para o parapeito da janela, desolando a névoa possante do campo de arroz, remoinhando nas dezoito cabeças douradas do cristalino lucivéu, no teto castanho e rachadas pelas úmidas mãos do tempo, o órgão beija adeus os brinquedos espalhados pelo chão, as memórias suspensas por uvas de vidro e santos enrijecidos sobre o fluvescente suede costurado sob seus joelhos, no delfim revestido em negrura, emergindo uma afável fragrância, no profundo ar retaliado, pelo violão dourado nas mãos vibrantes do gaiato, estourando os eixos dos frascos de bálsamos então enrodilhados nas estantes árabes, e nos vasos chineses, tecendo tão lentamente sonhos mafamedes, nas faces estampadas sob os quadros pendurados, a xícara de café, a geléia sobre o pão, uma música a ondular na rapsódia (...) o cavaleiro da árcade retorcendo sua lança á cabeça do negro dragão de gelo, e revestindo sua couraça e armadura, rígidas de ferro, e transbordando em lágrimas de neve, o pundonor emaranhado na ponta de sua lança douradilha,
Ó e então ardendo fortemente à pálida faísca, a estes olhos pueris, que se enchem de encanto e encantam os que os vêem, como poderia estes olhos meus olvidar tais teus? (...)


Honradez, ao número passado de Thomas: Tomaram seus cabelos por encanto (...) entremez á escrupulosidade teatral da luminosa vida, o coturno, tantã, peúga, fuligem, o palco de dérris e marfim, poltroneria exumando com o vento enregelado de gabarolas e labaredas pentecostais sobre o alburno, o sonho da barregã com taburnos afundando arranhados sôbolos sete cavalos do apocalipse, cujas patas atravessam as fronteiras do universo enigmático, fazendo temer as rédeas, as almas viventes ao redor, o sugumburno, o sândalo, o cavalo do trovão, lanhando as trevas remanescentes do crepuscular vivente, o jerimum, ousará o reino de Czar a atravessá-lo?
O sangangu, a sombra que assombra até a foice brutal da morte em cristal, Atenas numa refração de segundos, que ecoa na janela de turmalina, lombrigas, sanguessugas, rochas, bestas com vozes ígneas, de meteoros de fogo, esburacando as camadas da terra vulcânica, fazendo as mãos tuas, mãos de Israel se acalmarem, e enfim clamar.
O alicate frívolo, a chama nugativa, o êmbolo da bomba, difundindo-se com benevolência os pactolos opacos, de coroas sordidamente emaranhadas, May viu as muralhas caírem, resgata este filho teu, pois seus olhos estão úmidos, e seu estômago vazio (...) sombra que não se vê, hordéolo do dia, cura da noite, esmagando a mondadura de casebres transbordantes de sequazes e miséria vendida, as serpentes mordendo lágrimas partidárias encerram as serras, o assecla imundo do mundo, avecla, azinhaga cavernosa a sandar, o cão glabriúsculo comendo da sujeira dos ratos, o fauno da humanidade eleva o silêncio, que ecoa na voz do passado, coluna taciturna da noite (...)
Aveia ou aveal, tanto pasto, pedregal, a estrela, o sinal, engolem o sórdido caminho do final, e tomaram assim seus cabelos por encanto (...)


Os olhos da velhacaria, que se avultam no sermão campestre, o vestíbulo transversal, na cavalariça, o rastilho, enrodilhado, lençóis de seda, Wordsworth não se salvou aquela tarde (...) a Estefânia na faca de minha úmida entranha, a concha Proemial da voz da serjânia, a estrabaria, os pergaminhos de gelo do magnata, se enchendo com aço e ferro, os Deuses do gelo, acomodam-se em tumbas estofadas, repousam seus punhais gloriosos ao vento sussurrante, no delfim e uvas brancas lavradas, a alma do medo, bravata, teme ao gélido som de teu âmago, Williams (...)
Ludíbrio, derriço, escárnio dos meus olhos, deixe-os sangrar, até nada restar, a beleza que se esconde num rosto, os olhos que nada vêem, a sombra mecânica, que devora o mar,
O trovão velhacaz, como um boêmio pensamento, fecunda a raiz dos séculos futuros, a pequena baia estiolada, garfando a eloqüência da língua do sábio, caixotes de papelão, garrafas de vidro, o leito do rio, no verde sermão, de folhas, o cume, estas mãos derradeiras á agarrarem-te com firmeza, Carol, o chocalhar dos crânios dourados, meu primo este que brincou comigo nos fundos do quintal de minha avó, estas sombras dum velho senhor, que espreitava a esfera rígida de suas lábias, que ao fenecer os olhava com olhares enigmáticos, mas, porém, sagrava os lábios sempre que sorria (...)

(...) Uma sombra ovelhuna e volumosa tangencia os leitos: o nhum, os ratos, em águas-furtadas, as borboletas a ruflar entre as ervas daninhas, os cabelos odiosos que se apegam em colheres de café, que sentam-me em poltronas de ferro, e gélidas como o gelo, arrastando vistosas lágrimas, numa rajada fria de bala, o pruno ladrando ao som dos cães, as aranhas tecendo suas teias pegajosas, sobre as pálpebras do amanhã, o inverno foi longo, minha alma caminha á sós (...)
Os chocalhos dos crânios rasgam a aurora, o inverno sombrio em obliquas, e esguelhas de soslaios, assombrando os empórios inglórios e alvadios, no entanto nunca fui cônscio de minhas tarefas e obrigações (...)
Perguntas demóticas, um louco nas colunas do espaço contínuo, o sol habita na lua, a lua habita na escuridão (...)


IV. Quão impiedoso é o Quantum?

Álacre, a ambigüidade, os ambages, nas searas, ciciam sobre a jágara, após os bordéus, os jagodes, as lagoas (em Gertrudes)
Os grumos no grumuxama, deitam os cardeais, a epigrama, a palavra, a senhorama, por do sol, a velhice, a campina, o aranzel na pletora em choros (...) Entrementes, o chanfalho do leito glacial tortura as cruzes de madeira (...)
A torre gelanta, sobre pedregosas montanhas, o cume da exuberância ao lácer, pensa que ambos fossem (...)
Douto, os dessábios, os pregoeiros exouvidos, a esguelhar seus vocábulos, espreitam o serigueiro e a seriguilha, sobre a fera das estrelas (...)
Um birbante nos vazios do quantum, carena, bigarrilha, quilha, as cercanias da cidade, o cordume, as velas, o sonho é como uma folha no colo do vento (...)